SANTA ROSA DO PURUS
Localizado no estado do Acre, na região Norte do Brasil, mais especificamente na fronteira com o Peru. Situado no coração da Amazônia, o município se destaca por sua vasta área florestal preservada e pela presença de populações indígenas que mantêm suas tradições e modos de vida em estreita relação com a floresta. Santa Rosa do Purus é um dos municípios mais isolados e menos populosos do estado, enfrentando desafios relacionados à sua localização geográfica e ao acesso limitado a serviços básicos.
Segundo as estimativas mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para o ano de 2023, a população de Santa Rosa do Purus é de aproximadamente 7.667 habitantes. Esse número reflete o perfil de um município com baixa densidade demográfica, onde grande parte da população vive em áreas rurais e comunidades indígenas distribuídas ao longo do rio Purus e suas adjacências.
Formação e História do Município
O município de Santa Rosa do Purus foi criado em 28 de abril de 1992, sendo desmembrado da cidade de Sena Madureira, outro importante município acreano. A história de Santa Rosa está intimamente ligada à ocupação da Amazônia e ao contato com as populações indígenas que habitavam a região antes da chegada dos colonizadores. O nome do município homenageia Santa Rosa, uma das padroeiras locais, enquanto o rio Purus, que corta a região, dá nome ao município.
A ocupação da região foi impulsionada pelo ciclo da borracha no final do século XIX e início do século XX, que atraiu migrantes, principalmente nordestinos, em busca de oportunidades de trabalho nos seringais. Embora o ciclo da borracha tenha declinado nas décadas seguintes, a economia local continuou dependendo fortemente do extrativismo e da agricultura de subsistência, com poucas alternativas de desenvolvimento até os dias atuais.
A criação do município de Santa Rosa do Purus foi parte de um esforço para descentralizar a administração e melhorar o atendimento às populações mais isoladas, especialmente os indígenas, que compõem uma parte significativa da população local. A cidade sede, também chamada Santa Rosa do Purus, é o principal centro administrativo e abriga a maioria dos serviços públicos disponíveis.
População e Diversidade Cultural
Um dos aspectos mais marcantes da população de Santa Rosa do Purus é a presença significativa de comunidades indígenas. Os grupos indígenas que habitam o município incluem, entre outros, os povos Huni Kuin (Kaxinawá) e Kulina, que têm suas terras demarcadas e vivem em áreas protegidas, preservando suas tradições, língua, cultura e modos de vida. Esses povos desempenham um papel fundamental na preservação da floresta e na manutenção de práticas sustentáveis de uso dos recursos naturais.
A população indígena de Santa Rosa do Purus é parte integrante da identidade cultural do município, com suas tradições influenciando diretamente a vida local. Festivais culturais, práticas de medicina tradicional e o uso sustentável da terra são aspectos importantes dessa convivência harmônica entre as comunidades indígenas e não indígenas.
Além da população indígena, há também habitantes não indígenas, muitos dos quais descendentes de seringueiros e agricultores que se estabeleceram na região ao longo do século XX. Esses habitantes trabalham principalmente na agricultura de subsistência, na pesca e em atividades extrativistas.
Economia Local e Desafios
A economia de Santa Rosa do Purus é predominantemente baseada na agricultura familiar, no extrativismo e na pesca, com poucas atividades econômicas formais. A agricultura é de subsistência, com o cultivo de mandioca, milho, feijão e frutas regionais sendo as principais atividades agrícolas. A produção de farinha de mandioca é uma fonte importante de sustento para muitas famílias.
O extrativismo, especialmente a coleta de castanha-do-pará e o açaí, também tem um papel relevante na economia local, embora seja praticado em pequena escala. A pesca no rio Purus é outra atividade essencial para a subsistência da população, fornecendo alimento para as famílias e, em menor escala, produtos para venda em mercados locais.
Devido ao isolamento geográfico, o acesso a mercados externos é limitado, e o transporte de mercadorias é feito principalmente por via fluvial, o que aumenta os custos e dificulta o desenvolvimento econômico. Durante a estação das chuvas, as estradas ficam intransitáveis, e a cidade depende quase exclusivamente dos rios e de pequenos aviões para comunicação com o restante do estado.
Dados
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